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Você sabe o que é Mastozoologia?

Mammalia: o grupo no qual estão inseridos leões, macacos, girafas, ratos, morcegos, baleias, elefantes e cerca de 6.000 outras espécies. Afinal, quem estuda esses animais? A Mastozoologia é o ramo da Zoologia que se dedica a estudar os mamíferos, abrangendo aspectos morfológicos, ecológicos, filogenéticos, comportamentais e diversos outros.


Apesar de apresentar o menor número de espécies dentre os grupos de vertebrados tetrápodes, os mamíferos possuem grande diversidade em hábitos alimentares, estratégias adaptativas, tamanhos corporais e tipos de locomoção. Sendo assim, não é de se surpreender que esses animais são encontrados em praticamente todos os ambientes da Terra, ocorrendo em todas as latitudes, e adaptados às diversas condições climáticas associadas, à umidade, temperatura e pressão. Dentro dessa ampla gama de fatores, os mamíferos ocorrem em ambientes com as mais diversas formações florestais (savanas, cerrados, caatingas), formações abertas (campos, savanas, llanos) e também em ambientes desérticos. Além dos ambientes terrestres, diversos mamíferos sofreram modificações que permitiram invadir tanto os ambientes aquáticos quanto o espaço aéreo e o subsolo. Em ambientes aquáticos, os mamíferos ocorrem tanto em corpos d’água continentais (rios, lagos, lagunas, baías etc) quanto marinhos e oceânicos. O grau de adaptações que os mamíferos podem apresentar é muito variável, considerando espécies que vivem parcialmente em corpos d’água até aquelas que vivem toda sua vida no ambiente aquático, sem qualquer dependência com os ambientes terrestres. No espaço aéreo uma linhagem de mamíferos, os morcegos, sofreram uma grande transformação morfológica que permitiu uma locomoção aérea por meio de voo ativo, isto é, impulsionado por ação muscular. Outras espécies sofreram variados graus de transformação que permitiram a essas linhagens o deslocamento no espaço aéreo pelo voo planado. Outras modificações na morfologia ocorreram em diversas linhagens terrestres que permitiram maior capacidade para escavar, e em alguns casos viverem em sistemas de túneis e galerias na maior parte de sua vida (fossorialidade).


A relevância do estudo desses animais se reflete em vários âmbitos e áreas do conhecimento, e a saúde humana é um exemplo disso. Podemos exemplificar com as pesquisas e testes em laboratório que auxiliam no tratamento e prevenção de doenças infectocontagiosas. Atrelado a isso, está o estudo da distribuição, dispersão e das interações dos reservatórios (espécies animais que na natureza são fontes de infecção de um determinado parasito para o homem). Do ponto de vista ambiental, o conhecimento acerca da biodiversidade, distribuição e hábitos contribui para a preservação de habitats e de espécies ameaçadas de extinção. Já na economia, o trabalho com espécies domesticadas de mamíferos, por exemplo, possibilita a melhoria na produção de carne que são comercializadas.


Dada a importância da Mastozoologia, as Universidades, órgãos governamentais e independentes têm papel extremamente relevante para o conhecimento e preservação desses animais. Aqui no Brasil, foi criada em 1985 a Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMz), que visa reunir, organizar e amparar os profissionais e cidadãos dedicados à pesquisa e conservação de mamíferos. Além da divulgação científica, a consolidação e permanência de associações como essa contribuem para a preservação de espécies e intercâmbio de conhecimento a respeito dos mamíferos no nosso país.


No laboratório de Zoologia da UESB, campus Vitória da Conquista, é realizado um estudo com roedores sul americanos (família Echimyidae e família Cricetidae) comparando-se propostas de nomenclaturas dentárias empregadas para se avaliar as

homologias das estruturas presentes na coroa dentária, as quais têm grande importância para se entender a história evolutiva e auxilia na taxonomia dos roedores. Esse projeto é coordenado pelo professor Dr. Gilson Evaristo I. Ximenes e conta com a colaboração das alunas Ana Paula G. Bispo, Cínthia de O. E. Rodrigues, Rháira S. Rocha e Yngred Éwenny de C. Lacerda.



Confira as referências desse texto:


JONES, J. K. Mammal. Britannica. Disponível em <https://www.britannica.com/animal/mammal> Acesso em 03/10/2020


POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 4ª ed.; São Paulo: Atheneu, 1993.


VAUGHAN, T. A.; RYAN, J. M.; CZAPLEWSKI, N. J. Mammalogy. 5ª ed. Sudbury, Massachusetts: Jones and Bartlett Publishers, 2011.


Capa: foto de Bibake Uppal via Unsplash.

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