top of page

Pacamã: O queridinho do Rio São Francisco


Foto de um Pacamã (Lophiosilurus alexandri), de Ben Lee via Aquatic Republic.


O pacamã é uma espécie de água doce e endêmica da Bacia do Rio São Francisco, tendo elevado potencial para utilização na aquicultura e considerada como uma espécie ameaçada de extinção. Pertence a Classe Actinopterygii; Ordem Siluriformes; família Pseudopimelodidae; Gênero Lophiosilurus; Espécie: Lophiosilurus alexandri (Steindachner, 1877), sendo popularmente conhecido como: pacamã, pocomã, niquim ou linguado.


Possui cabeça achatada, pele de tom escuro, mandíbula projetada para frente, fazendo com que os dentes fiquem expostos e três pares de barbilhões na face. Tem capacidade de chegar até 72 centímetros de comprimento e 5 quilos de peso. Além disso, é uma espécie sedentária de hábito noturno e está adaptada a ambientes lênticos com substrato arenoso ou de pedras, sendo comum em bancos de areia. Não é um peixe muito fácil de ser capturado, e geralmente, quando é, os pescadores utilizam arpões para conseguir o feito.


Foto de dois Pacamãs (Lophiosilurus alexandri), de Ben Lee via Aquatic Republic


No que diz respeito ao manejo, o criador possui grande vantagem na execução do processo reprodutivo, já que a reprodução desse peixe se dá através de desovas parceladas. Quando cultivado em reservatórios, é engordado com ração industrializada após um período de condicionamento alimentar, sendo preciso assegurar que essa alimentação seja frequente e que haja espaçamento de um metro quadrado para cada peixe no tanque. Recomenda-se o cultivo em áreas com temperaturas mais quentes. Um dos desafios do manejo pode ser justamente a desova parcelada e os ovos aderentes que essa espécie apresenta, assim como, a dificuldade na distinção entre macho e fêmea (ausência de dimorfismo sexual) e cuidado parental. O período reprodutivo concentra-se entre setembro e maio. A desova parcelada do pacamã permite a cada 15 dias coletar os ovos, que colam na primeira superfície que encontram, geralmente nos ninhos abertos na areia.


Quando são cultivados em criadouros, as rações influenciam de forma direta no desempenho, composição corporal do peixe e microbiota intestinal e possuem como ingredientes, principalmente, farinha de peixe, carne e vísceras. Entretanto, são de hábito alimentar carnívoro.


O que mais desperta atenção de todos nessa espécie, é a sua carne, pelo fato de apresentar uma textura macia, ser muito saborosa e não possuir espinhas. O pacamã pode ser servido assado, frito ou cozido. É um alimento nutritivo, saudável e, inclusive, de baixa caloria. O interesse comercial por essa espécie é grande, principalmente na região do Submédio Vale do São Francisco. A carne é muito apreciada e preparada de acordo com as tradições locais. Uma das maneiras de agregar valor ao pescado é oferecer ao consumidor diferentes formas de apresentação, como os cortes em filés ou postas, frescos ou defumados. O processo da defumação, embora seja uma técnica antiga de conservação de alimentos, tem como objetivo proporcionar mudanças nos parâmetros de qualidade como sabor, cor e textura. Os pacamãs podem ser defumados por dois métodos: solução de fumaça líquida e defumação a quente.


As autoras: Esse texto foi escrito pelas discentes Ariana Amaral, Caroline Scabini, Larisse Meira, Luciana Souza, Rafaela Barros, como atividade avaliativa para a matéria Zoologia IV.


Confira as referências desse texto:

CAMPECHE, D. F. B; BALZANA. L; FIGUEIREDO, R. C. R; BARBALHO, M. R. S; REIS, F. J. S; MELO, J. F. B. Peixes Nativos do Rio São Francisco Adaptados para Cultivo. Embrapa Semiárido Petrolina, PE (2011). Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/916922/1/SDC244.pdf >


MATHIAS, João. Como criar pacamã. Disponível em: <https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/como-criar/noticia/2018/09/como-criar-pacama.html>. Acesso em: 04 nov. 2020.


KITAGAMA, A. T. Influência do fotoperíodo no crescimento do Pacamã. Alfenas- MG, (2012). Disponível em: < http://tede2.unifenas.br:8080/jspui/bitstream/jspui/129/1/AlexandreTakioKitagawaDissertacao.pdf>


Pacamã, espécie do Rio São Franscisco, ganha estudo especial do Laboratório de Aquacultura. Disponível em: <https://www.ufmg.br/online/arquivos/021061.shtml#:~:text=O%20pacam%C3%A3%20(nome%20cient%C3%ADfico%3A%20Lophiosilurus,vezes%20durante%20um%20ciclo%20reprodutivo>. Acesso em: 04 nov. 2020.


SOUZA, M. G. Proteína bruta na dieta e identificação da microbiota aeróbica intestinal do pacamã Lophiosilurus alexandri Steindachner 1876 (Siluriformes, Pimelodidae) nas fases iniciais de cultivo. Petrolina – PE (2010). Disponível em: <http://www.univasf.edu.br/~tcc/000002/00000203.pdf>


TENÓRIO, R. A., Aspectos da biologia reprodutiva do niquim Lophiosilurus alexandri Steindachner, 1876 (Actinopterygii, Pimelodidae) e crescimento da progênie em diferentes condições ambientais. Recife, (2003). Disponível em: <http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/bitstream/tede2/6507/2/Ruy%20Albuquerque%20Tenorio.pdf>


Fishbase. Lophiosilurus alexandri ( Steindachner , 1876). Disponível em: <https://www.fishbase.se/Summary/SpeciesSummary.php?id=47677&lang=portuguese_po > Acesso em: 05 nov. 2020.


LÓPEZ, C. M. SAMPAIO, E. V. Sobrevivência e crescimento larval do pacamã Lophiosilurus alexandri Steindachner 1876 (Siluriformes, Pimelodidae), em função de três densidades de estocagem em laboratório. Acta Scientiarum 22(2):491-494, 2000. ISSN 1415-6814. Disponível em: < file:///C:/Users/Luciana/Downloads/2934-Texto%20do%20artigo-8880-1-10-20080509.pdf> Acesso em: 05 nov. 2020.


MORO, G. V. Anatomia e fisiologia de peixes de água doce. Embrapa, pesca e agricultura. Disponível em: <https://www.embrapa.br/documents/1354377/1752045/Apresentacao+anatomia+e+fisiologia.pdf/e179cb69-5e71-4b24-b42b-2d3e005c2ca3?version=1.0>


MEURER, F.; OLIVEIRA, S. T. L.; DOS SANTOS, L.; OLIVEIRA, J. S.; COLPINI, LEDA M. S. Níveis de oferta de alimento vivo para alevinos de pacamã (Lophiosilurus alexandri). Revista brasileira de ciências agrárias, no prelo. 2010.


CAVERO, B. A. S.. Uso de Enzimas digestivas exógenas na alimentação de juvenis de pirarucu Arapaima gigas (Cuvier, 1829) [Tese de doutorado]. Manaus (AM): Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA/Universidade Federal do Amazonas-UFAM, 2004.

ความคิดเห็น


bottom of page