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Os Escorpiões


Os escorpiões são encontrados em quase todos os continentes exceto a Antártida, predomina em regiões tropicais e subtropicais, vivendo em locais escuros, quentes e úmidos. Na região urbana são encontrados em locais com entulhos, pedras, dentro de sapatos, e junto a roupas, por exemplo. No Brasil, seu habitat natural é o bioma do Cerrado.


São carnívoros, caçam insetos e aranhas, além de predar animais maiores e pequenos vertebrados. Passam meses em jejum e a digestão é quase externa, depositando enzimas digestivas na presa, cortando em porções e ingerindo apenas a parte líquida. O canibalismo é comum para estes animais.


Durante a reprodução, o casal se une pela pinça e realizam a dança de acasalamento. A maioria das espécies são ovovivíparas, mas também há vivíparas. Após o nascimento, os filhotes andam nas costas da mãe até sua primeira troca de pele, quando conseguem se alimentar sozinhos. Existem algumas espécies que fazem a partenogênese, sem a necessidade de um macho para fecundar, como o escorpião amarelo.


Esses animais evoluíram de seres com cerca de um metro, que emergiram do mar; são animais resistentes, e embora vivam de 2 a 3 anos, alguns escorpiões podem chegar até os 25 anos. Podem sobreviver um ano inteiro sem comer nem beber e serem submersos na água por horas.


A grande maioria dos acidentes com escorpiões é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os acidentados apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático. A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo e se possível levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.


Vamos conhecer agora mais sobre algumas das espécies de escorpiões:


Escorpião-marrom (Tityus bahiensis): possui tronco escuro, pernas e palpos com manchas escuras e cauda marrom-avermelhado. Não possui serrilha na cauda, e o adulto mede cerca de 7 cm. O macho diferencia-se por possuir pedipalpos volumosos com um vão arredondado entre os dedos utilizado para conter a fêmea durante a “dança nupcial” que culmina com a liberação de espermatóforo no solo e a fecundação da fêmea. Cada fêmea tem aproximadamente dois partos por ano, com uma média de 20 filhotes por gestação, chegando a 160 filhotes durante a vida. Encontrado em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, entre outros. Esta espécie está mais restrita às áreas verdes, como parques, terrenos com vegetação e córregos. Pelo fato de possuírem reprodução sexuada, suas populações não aumentam muito se comparadas com as de escorpião amarelo e amarelo do nordeste. Os acidentes costumam acontecer quando há movimentações de terra em determinada área já que os escorpiões sentem tais vibrações e se deslocam para outro local, muitas vezes uma residência. Outra questão de encontro com tal espécie é o fato de que as populações humanas estabelecem suas residências em áreas de mata onde estes escorpiões vivem.


Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus): possui as pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro. A denominação da espécie é devida à presença de dentes que formam uma serra ao longo da cauda na vista dorsal. Mede até 7 cm de comprimento. Cada mãe tem aproximadamente 2 partos por ano, com cerca de 20 a 25 filhotes cada. Esta espécie está distribuída praticamente em todo o Brasil, com exceção de alguns estados da região Norte.


Escorpião-do-Nordeste (Tityus stigmurus): assemelha-se ao T. Serrulatus nos hábitos e na coloração, porém apresenta uma faixa escura longitudinal na parte dorsal do seu mesossoma, seguido de uma mancha triangular no prossoma. Também possui serrilha, porém, menos acentuada nos 3º e 4º segmentos da cauda. É a espécie que causa mais acidentes no Nordeste.


Estas duas espécies adaptaram-se ao ambiente urbano, vivendo no interior de instalações elétricas, galerias de esgoto, águas pluviais e bueiros. Essas condições propícias, como ausência de predadores naturais, abrigo, alimento abundante e água disponível, aliado ao fato de se reproduzirem mais rápido que as espécies sexuadas, contribuem com o aumento do número de indivíduos e, consequentemente, com a possibilidade de existirem acidentes com humanos.


Confira abaixo o folder produzido pelos discentes Cleriston Porto, Daiane Nogueira, João Paulo Libarino, Lohanna Neris e Lucas Nolasco para a disciplina Zoologia, ministrada pela prof.ª Flávia Borges Santos no curso de Engenharia Agronômica da UESB de Vitória da Conquista.



Fotos: Rafael Augusto (@rafael.augusto35), Bruno Elias (@bruno.b.elias), Miva Filho (@mivafilho)


Capa: Foto de um escorpião, tirada por Wolfgang Hasselmann via Unsplash.

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