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Candiru: O peixe endoparasita da Amazônia


Fonte: Vandellia cirrhosa ; imagem (Vacir_u0.jpg) por Sazima, I.

O Candirú (Vandellia cirrhosa) é conhecido por ser um peixe endoparasita, pertencente à classe dos Actinopterygii, a ordem dos siluriformes e a família Trichomycteridae. É encontrado no alto rio Amazonas e nas bacias dos rios Orinoco, no norte da América do Sul, vivem em cursos d'água ácidos, rasos e lentos, com fundos lamacentos ou arenosos. Esses peixes são demersais podem ser encontrados enterrados no leito do rio na maior parte do tempo, emergindo apenas para se alimentar ou acasalar.


Fonte: https://www.megacurioso.com.br

V. cirrhosa é conhecido como bagres pequenos e finos. Não possuem escama se seus corpos são translúcidos, tornando-se coloridos apenas após a alimentação. Esses peixes têm barbilhões perto da boca, que são revestidos por diminutos dentes em forma de agulha. Esta espécie pode chegar ao comprimento máximo de 17 centímetros. O corpo é estreito e cilíndrico, com a cabeça ligeiramente achatada. Possuem espinhos curtos em sua brânquias, que são voltados para a parte traseira do corpo esses espinhos evitam que o animal seja deslocados durante a alimentação, ao tentar desloca-lo ele projeta as brânquias e os espinhos impedem que ele seja retirado da sua presa sem causar danos. O Candiru tem grandes olhos pretos (em relação ao tamanho do corpo), que estão posicionados no topo da cabeça. As informações disponíveis sobre o desenvolvimento do Candiru são raras. Possuem a oviparidade como tipo de reprodução, os ovos do bagre são de e fertilizados externamente. Assim que o óvulo é fecundado inicia-se a clivagem celular e o embrião começa a se desenvolver. O tempo de incubação dos ovos é desconhecido para esta espécie. Os jovens eclodem com um saco vitelino visível, que atua como fonte de alimento durante o desenvolvimento inicial e é gradualmente absorvido, com indivíduos pós-saco vitelinos semelhantes a pequenos adultos. Quanto ao comportamento de acasalamento do candiru não foram observados na natureza. Há apenas um caso registrado desses peixes desovando em cativeiro. Nesse registro, um peixe macho nadou ao redor de uma fêmea, levando-a para baixo em direção ao substrato. espermatozoides foram liberados quando os peixes estavam em contato lateral direto entre si. A única indicação de época de reprodução é o registro da captura de um candiru no final de dezembro com ovários maduros.

O V. cirrhosa provavelmente utiliza sinais químicos e visuais para localizar suas presas. Existe a hipótese que o candiru rastreia o cheiro de amônia e outras excreções de suas presas em potencial. Seus olhos bem desenvolvidos pode indicar alta acuidade visual; porém este pode não ser o principal modo de detecção de hospedeiro já que o Candiru é normalmente encontrado em águas turvas, onde a visão é limitada. E como a maioria dos peixes, ele possui um sistema de linha lateral que ajuda a alertá-los sobre os movimentos da água ao seu redor. São peixes hematófagos, que quando localiza um hospedeiro ele se dirige às brânquias, onde se força sobre o opérculo ou espera que ele se abra naturalmente. Depois que passa pelo opérculo ele se prende ás artérias aorta ventrais ou dorsais. Os espinhos ajudam o candiru a permanecer preso ás brânquias dos hospedeiros e auxiliam na liberação de sangue. O sangue é bombeado direto para a boca do Candiru. A duração de uma refeição do candiru dura em média de 30 a 145 segundos. E após se alimentar o Candiru afunda e se enterra no fundo do rio. Dentre os hospedeiros do Candiru, foi observado que o Colossoma macropomum possui mecanismo de defesa contra ataques do Candiru onde ocorre a contração do opérculo e uso de nadadeiras para varrer os parasitas.


O candiru é parasita de muitas espécies de peixes. E raramente mata seus hospedeiros, que geralmente se curam rapidamente após um ataque. É possível que o candiru parasite em humanos, embora seja muito raro. Há relatos de que o candiru suba pela uretra de homens e mulheres que urinam dentro d’água. Esses ataques podem ser acidentais, pois o Candiru morre dentro da uretra. É difícil avaliar a validade das histórias publicadas sobre o ataque do Candiru em humanos, pois eles são encontrados em uma região onde nem sempre há pesquisadores científicos que estudem a espécie.



Referências


J.L. BREAULT. Candiru: Amazonian parasitic catfish. Journal of Wilderness Medicine 2,304-312(1991). REVIEW ARTICLE.PHS Indian Hospital,Pine Ridge, SD 57770-1201, US

Newtoff, K. 2013. "Vandellia cirrhosa" (On-line), Animal Diversity Web. Acessado em 06 de novembrode 2020 em https://animaldiversity.org/accounts/Vandellia_cirrhosa/


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